Património

  • Pelourinho de Vila do Touro;
  • Ruinas do Castelo;
  • Igreja Matriz de Vila do Touro;
  • Igreja da Abitureira;
  • Capela da Senhora do Mercado;
  • Chafariz dos chorros;
  • Espaço de Nossa senhora dos caminhos;
  • Cruzeiro e muro extemporâneo;
  • Chafariz, pelourinho;
  • Torre Sineira;
  • Chafariz em frente ao coreto com água do Bezerrinho (Nascente do Bezerrinho que abastece Vila do Touro);
  • Cruzeiro – Serve de marca para os Passos da “Via Sacra”;
  • Capela de São Sebastião;
  • Capela de nossa senhora de Fátima;
  • Fonte das Patas;
  • Capela de São Gens;
  • Chafariz da rua D. Pedro Alvito;
  •  Rua dos Templários;

RUINAS – Castelo de Vila do Touro

A vetusta aldeia de Vila do Touro encontra-se encaixada entre o Outeiro de S. Gens e o Alto da Pena, elevação onde foi iniciada a construção de uma fortificação, a 831 metros de altitude, sobranceira à povoação. O amplo domínio visual da paisagem que se tem do cimo do morro, permite elegê-lo como um excelente ponto estratégico de controlo da região de Riba Côa, nomeadamente das terras para leste do rio Côa, mantendo também um eficaz contacto visual com o castelo da Guarda, a noroeste.

Durante a reconquista e repovoamento deste território, a região foi sujeita a processos de reordenamento, por necessidades de defesa perante a instabilidade da linha fronteiriça com Leão. Neste contexto, emergem as fortificações de Vila do Touro e de Castelo Mendo. Em contraponto à política leonesa de criar uma raia fronteiriça apoiada em vilas fortificadas a leste do Côa, Portugal responde com a edificação destas duas praças militares, retiradas do próprio termo da Guarda, para manter o controlo constante dessa linha.

Assim, em resultado do início da construção da fortaleza leonesa de Caria Talaia (Ruvina), nos primeiros anos do século XIII, na margem oriental do Côa, o Concelho da Guarda concede aos cavaleiros da Ordem do Templo as terras de Tauro em 1215. A jurisdição desta Vila foi doada a D. Pedro Alvites, Mestre dos Templários, que reforça esta política concedendo-lhe foral, em 1220, no tempo de D. Afonso II.

Com a assinatura do Tratado de Alcanizes com Castela e Leão, por D. Dinis (1297), Vila do Touro deixa de ter cariz fronteiriço, perde a sua importância estratégica e a lenta construção da fortificação de Vila do Touro foi interrompida, tal como aconteceu em Caria Talaia.

Actualmente, a construção militar encontra-se reduzida praticamente a dois troços de pano de muralhas, encavalitados entre as penedias e desguarnecidos de ameias. Uma parte delimitando a cumeada nascente do morro e a outra linha defendendo o lado ocidental. Bem firme na rocha, grande parte da cerca encontra-se ainda intacta, com a altura máxima de 4 metros, estando o resto dos silhares derrubados pela encosta ou reutilizados no casario da povoação. Observa-se ainda uma porta de arco ogival, do lado poente da fortificação, em bom estado de conservação, mas inacabada; bem como alguns testemunhos de edifícios encostados à muralha oriental, feitos de granito aparelhado, praticamente ao nível dos alicerces.

Vila do Touro foi um centro destacado de hierarquia populacional, tendo ganho importantes funções político-militares e municipais, até às reformas liberais do séc. XIX (1836), altura em que é integrado no concelho do Sabugal.

Link Património – Castelo de Vila do Touro

ESCAVAÇÕES NO CASTELO DE VILA DO TOURO

Terceira campanha de escavações arqueológicas no castelo de Vila do Touro, tendo novamente a Câmara Municipal do Sabugal desenvolvido este campo de trabalho, contando para isso com professores e alunos da Universidade de Coimbra.

Os trabalhos de estudo e de investigação arqueológica decorrem em duas zonas da fortificação medieval de Vila do Touro, sendo que na parte mais alta as escavações são mais dedicadas ao medieval e na vertente sul uma outra equipa estuda a ocupação por parte das comunidades nesse local há cerca de 3000 anos atrás (Proto-história).

Segundo o arqueólogo Marcos Osório, do Gabinete de Arqueologia e Museologia do Sabugal, no que se refere à ocupação medieval o que está a ser feito é “descobrir marcas das casas e outras estruturas de apoio que revelam a presença dos homens que estavam aqui a construir o castelo, o que terá durado pelo menos durante 50 anos, até que houve uma decisão por parte do concelho da Guarda para que a construção parasse. Entretanto D. Dinis levou a fronteira até onde ela está hoje, tendo este castelo deixado de ter preocupações defensivas e militares”.

PELOURINHO

Com um topónimo – “Touro” – a denunciar uma fundação remota, desde, pelo menos, o século XII, ainda que supostamente derivado do nome próprio Taurus ou de características geográficas da região, Vila do Touro ostenta inúmeros vestígios arqueológicos que evidenciam bem a diversidade e a excelência dos recursos cinegéticos que desde sempre dispôs às comunidades humanas que percorriam o seu território e nele procuravam sobreviver e fixar-se, e à qual não foi, certamente, estranha a existência de várias linhas de água que o atravessam, irrigando e fertilizando os seus campos.

Inserido numa paisagem dotada de inegável beleza natural, o actual termo de Vila do Touro dispõe de um posicionamento estratégico que permitiu às suas gentes disporem de um domínio visual sobre os terrenos circundantes, uma particularidade essencial em termos defensivos.

Potencialidades que foram rapidamente aproveitadas ao tempo da reconquista cristã, quando do repovoamento de toda a região do Alto Côa, edificando-se, então, o castelo de Vila do Touro, povoação então situada numa zona de profunda instabilidade política decorrente da indefinição do traçado fronteiriço, razão pela qual a sua jurisdição foi entregue, por D. Afonso II (1185-1223), que a fundou, à Ordem dos Templários, cujo Mestre, D. Pedro Alvites, lhe outorgou foral, decorria o ano de 1220.

Entretanto, e à semelhança do que sucedia com a Vila de Sortelha, a assinatura do Tratado de Alcanizes, em 1297, ditou o declínio da importância outrora fruída pelo seu sistema defensivo que nunca chegaria a ser ultimado, numa realidade reforçada pela ausência de confirmação do anterior (vide supra) foral, por parte de D. Dinis (1261-1325), contrariamente ao que ocorreu em Sortelha. Uma situação somente ultrapassada com D. Manuel I (1469-1521), que lhe outorgou novo foral, em 1510, como forma de incentivar o seu desenvolvimento económico e, por inerência, o seu povoamento.

É justamente a esta última etapa que remonta o “Pelourinho de Vila do Touro”, erguido no largo da igreja matriz, construção de igual modo quinhentista.

É sobre soco formado por três degraus de planta circular que assenta a coluna de fuste com a mesma configuração – com base quadrangular – e capitel de secção circular coroado por peça de igual secção e uma segunda em forma de ábaco curvado, elementos estes encimados por pinha cónica.

[AMartins]

IGREJA MATRIZ

Esta igreja, terá vindo substituir uma outra que aqui já existia e que é referida no arrolamento paroquial nacional nos anos 1320-1321. Teria sido construída em 1220, tendo pertencido à Ordem dos Templários e depois à Ordem de Cristo.

No século XVIII, foi colocado o tecto de caixotões da capela-mor e o respetivo retábulo. Apresenta uma planta longitudinal composta por uma nave e uma capela-mor, cobertas com telhado de duas águas. No interior, destaque para o púlpito renascentista, para o arco triunfal de volta inteira e para o retábulo do altar-mor.

No altar-mor, de boa talha dourada, destaque para a imagem muitíssimo antiga da padroeira – Nª. Srª. da Assunção.

CAPELA DE NOSSA SENHORA DO MERCADO

Igreja alpendrada – séc. XV- XVII; nave única; fachada principal marcada por um alpendre seiscentista, sustentado por pilares prismáticos; porta principal em arco de volta quebrada. sendo a porta lateral em arco de volta perfeita; púlpito medieval, de cantaria, apresentando colunas de fuste canelado e balcão decorado com motivos geométricos; possui um retábulo em talha dourada do estilo nacional, actualmente repintado a vermelho.

A invocação a N. S. do Mercado está relacionada com a realização de um mercado de gado nas proximidades, revertendo parte das receitas em seu favor.

CHAFARIZ DO CHORROS

A sua principal característica está no facto de possuir um escudo em que estão gravados sete castelos. Possui um tanque que serve de abastecimento de água aos animais.

NOSSA SENHORA DOS CAMINHOS (voltada para nascente e para a Cruz)

“Esta obra tem necessariamente um ponto de partida e um determinado sentido a seguir. O ponto de  partida é  criar um espaço que sirva de medianeiro entre o Homem e Deus, que assenta a singularidade do acontecimento inevitável do Homem efêmero e no sentido de destino imortal – uma obra que paira sobre a serenidade do arranjo exterior que se implanta no local, e no aspeto de uma natureza tranquilizante saturados de rochedos cinzentos características desta aldeia.”